quarta-feira, dezembro 22, 2004

Gulamo Khan

MOÇAMBICANTO I

céleres as águas
zambezeiam pela memória
das almadias do silêncio

nem o zumbido da cigarra
me entontece

nem o troar do tambor
me ensurdece

as vozes que são
sulcos das nossas esperanças

Oh pátria
moçambiquero-te
neste alumbramento
e amar-te
devo-o à carne e ao nervo
deglutidos em revolta.


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1 comentário:

  1. Fabuloso (re)inventar da palavra!_ beijo muito grato, Miguel!!, IO.

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