Mutimati Barnabé João
VENCEREMOS
A última coisa que vi foi nada.
Logo a seguir às labaredas foi nada o que vi então
Com um grande silêncio espantíssimo por cima de nada
E um cheiro queimado de carne
Que vinha de dentro do peito para a boca.
Agora estou só nos ouvidos e na língua vagarosa
Eu que só pensava dentro dos olhos penso mal na língua
E o mundo inteiro é muito pouco agora
E tudo quanto está chegando aos meus ouvidos é pouco.
Não poderei fazer mais a mesma tarefa
Mas a Luta continua pois é independente de um homem só
E haverá outra tarefa para dois ouvidos e uma língua.
Venceremos.
[317]
domingo, novembro 30, 2008
segunda-feira, novembro 10, 2008
Eduardo White
HÁ VEZES EM QUE NEM É A MORTE QUE SE TEME
Há vezes em que nem é a morte que se teme,
o seu sossego de cinza,
a sua solidão escura,
mas como se morre.
Quando morrer
quero fazê-lo sem rumor algum,
sem ninguém que me chore
ou a quem doa.
E queria a morte uma ave,
nocturna ave
sigilosamente partindo
para outro tempo.
Para morrer, fá-lo-ia
em total silêncio,
severo
e lúcido.
[316]
HÁ VEZES EM QUE NEM É A MORTE QUE SE TEME
Há vezes em que nem é a morte que se teme,
o seu sossego de cinza,
a sua solidão escura,
mas como se morre.
Quando morrer
quero fazê-lo sem rumor algum,
sem ninguém que me chore
ou a quem doa.
E queria a morte uma ave,
nocturna ave
sigilosamente partindo
para outro tempo.
Para morrer, fá-lo-ia
em total silêncio,
severo
e lúcido.
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