Rui Nogar
NOVA DIMENSÃO
Esta borboleta
Que volitando vai
De cama em cama grade a grade
De não-penses-mais
A um-dia-hás-de-sair
Não é uma borboleta vulgar
É sim uma borboleta
Borboleta ainda
Que um homem nesta prisão
Jurou libertar um dia
Para um voo universal
Do ciclo deste poema
Nas praças desta nação
É uma borboleta sim
Que ela aprendeu a amar
Em cada nova tentativa
De profundas metamorfoses
Sim
Borboleta política
Casulada seis meses
Na cela número três
Na Penitenciária Industrial
Da Colónia de Moçambique…
[305]
quinta-feira, março 20, 2008
domingo, março 16, 2008
Rui Nogar
OS 2 PRIMEIROS POEMAS DA IMPACIÊNCIA
I
Tatuagens de lua
no corpo quente
da mãe-terra
e assim nua nua
no leito vermelho
virginal ainda
ela espera a semente
que tarda a chegar
que tarda a chegar
II
Que venham
mas não de braços cruzados
aqui amigos
o sexo vermelho da terra
lateja de febre e de cio
é preciso saciá-la
e depressa
que venham
sim que venham
mas repito não de braços cruzados
aqui amigos
aqui
a terra fenece
na fome de arados
que tardam a chegar
que tardam a chegar
ah! que tardam tanto a chegar
[304]
OS 2 PRIMEIROS POEMAS DA IMPACIÊNCIA
I
Tatuagens de lua
no corpo quente
da mãe-terra
e assim nua nua
no leito vermelho
virginal ainda
ela espera a semente
que tarda a chegar
que tarda a chegar
II
Que venham
mas não de braços cruzados
aqui amigos
o sexo vermelho da terra
lateja de febre e de cio
é preciso saciá-la
e depressa
que venham
sim que venham
mas repito não de braços cruzados
aqui amigos
aqui
a terra fenece
na fome de arados
que tardam a chegar
que tardam a chegar
ah! que tardam tanto a chegar
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