José Craveirinha
KARINGANA UA KARINGANA
Este jeito
de contar as nossas coisas
à maneira simples das profecias
- Karingana ua Karingana –
é que faz o poeta sentir-se
gente
E nem
de outra forma se inventa
o que é propriedade dos poetas
nem em plena vida se transforma
a visão que parece impossível
em sonho do que vai ser.
- Karingana!
[192]
sábado, dezembro 31, 2005
sábado, dezembro 24, 2005
Sebastião Alba
NATAL NO CÁRCERE
O menino que, ao domingo, recebe na língua a hóstia que nela depõe o tio-avô, pároco da aldeia, é o garoto que, à tarde, observará, deitado na relva, a chegada dum pássaro ao seu ninho. Entre os dois trava-se ainda uma luta de morte. Mas é o segundo, quarenta anos mais tarde, quem escreve estas linhas.
Porque te vês agir, a falar, o fulcro do teu pensamento, durante o dia, é fazer sem denodo o esforço de caminhar entre estas sombras como se fosses uma delas. Não te distancies.
Gambiarras, lâmpadas miniaturais, pinheiros factícios. O mito já não tem “dentro”.
[191]
NATAL NO CÁRCERE
O menino que, ao domingo, recebe na língua a hóstia que nela depõe o tio-avô, pároco da aldeia, é o garoto que, à tarde, observará, deitado na relva, a chegada dum pássaro ao seu ninho. Entre os dois trava-se ainda uma luta de morte. Mas é o segundo, quarenta anos mais tarde, quem escreve estas linhas.
Porque te vês agir, a falar, o fulcro do teu pensamento, durante o dia, é fazer sem denodo o esforço de caminhar entre estas sombras como se fosses uma delas. Não te distancies.
Gambiarras, lâmpadas miniaturais, pinheiros factícios. O mito já não tem “dentro”.
[191]
quarta-feira, dezembro 21, 2005
Fernando Couto
IMPALA
Elegância devia ser o teu nome
ou mesmo graça e harmonia
ou ainda leveza, etérea leveza.
Saltas e o arco nasce da terra
com o fulgor do voo do colibri.
O airoso ganha todo o esplendor
no diáfano contorno do teu corpo.
Vestem-se os reflexos do sol
nos vários areais desertos,
os seus variados reflexos.
[190]
IMPALA
Elegância devia ser o teu nome
ou mesmo graça e harmonia
ou ainda leveza, etérea leveza.
Saltas e o arco nasce da terra
com o fulgor do voo do colibri.
O airoso ganha todo o esplendor
no diáfano contorno do teu corpo.
Vestem-se os reflexos do sol
nos vários areais desertos,
os seus variados reflexos.
[190]
sexta-feira, dezembro 16, 2005
domingo, dezembro 11, 2005
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