Glória de Santana
DIA AFRICANO
Os corvos marcam
trajectórias largas pelo dia branco,
por sobre a cabeça
dos negros cantando.
Há vento disperso,
rasgando nas folhas das árvores altas,
melodias lentas
de antigas desgraças.
E restos de luz
de um sol sugerido por neves quietas,
caem dos telhados
e batem nas pedras.
Tudo hoje é denso
como uma gravura de atitude rítmica,
pousada nos vidros
cortada da Bíblia.
[25]