terça-feira, agosto 19, 2003

José Craveirinha

MOÇAMBIQUICIDA

Das incursões bem sucedidas aos povoados
sobressaem na paisagem as patrícias
sacarinas capulanas de fumaça
e uma fervura de cinco
tabuadas e uns onze
- ou talvez só dez -
cadernos e um giz
espólio das escolas destruídas.


Sobrevivos moçambiquicidas
imolam-se mesclados
no infuturo.


[19]

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Graças ao site Poesia de Autores Africanos, podem aqui aparecer poemas do último livro publicado (em vida) por José Craveirinha, Babalaze das Hienas (Maputo, 1997)