quinta-feira, julho 03, 2003

José Craveirinha

ESPERANÇA

No canhoeiro
um galagala hesita
a cabeça azul.

Nos roxos
sótãos do crepúsculo
a aranha vai fiando
sua capulana de teia.

E nós?
Ah, nós esperamos
na euforia das costas suadas
que o sal do vexame acumulado
deflagre.


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