Albino Magaia
INUNDAÇÃO
I
Chuva forte
Impetuosa chuva
Cai no povoado.
Vai fazer sorrir o campo
Vai alegrar santo milho
Vai fazer crescer feijão.
Todos olham
Todos esperam comer
Todos esperam matar fome.
II
Vão encher barriga negra
Vão encher palhota de reservas
Vão encher panelas todos os dias
E vão também calar boca de crianças.
Chuva cai fortemente
Chuva cai impetuosa
Chuva cresce lentamente as águas.
III
Engrossa, engrossa lentamente o rio
Lento já galgou margens
Já subiu o vale
Já rebentou…
Milho afogado e batata-doce morreu!
Quem vai encher palhota de reservas
Encher panelas de barro
E calar de boca crianças?
[309]
segunda-feira, maio 19, 2008
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gostei do tom de saudade e medo do teu poema
ResponderEliminaro poema não é meu, é do Albino Magaia. mas concordo que é um belo poema.
ResponderEliminarexcelente poema o de Magaia, caso para dizer no nosso pais, morre-se de fome quando nao chove e quando chove.
ResponderEliminaro melhor talvez fosse o nao existir, para nao ver a chuva rarear nem cair...
Isso é triste...
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