João Paulo Borges Coelho
SETENTRIÃO / IBO AZUL (excerto/2)
Mais adiante, o quintal de njungo Santinho waMucojo, onde gerações de maçanicas amarelas e vermelhas se deixavam engelhar ao sol como a pele que esse velho teria se hoje fosse vivo, espalhadas sobre as esteiras, exalando a luxúria do seu cheiro. E onde castanhas de caju polidas como pedras preciosas se alinhavam nos tabuleiros, pequeno exército disciplinado e brilhante. Uma banca à porta, onde o povo vinha comprar o lanho ao preço que fosse, o aroma das mangueiras manchando o ar, as galinhas debicando ou dormitando nos ramos baixos das árvores, o bico escondido entre as asas. As vozes soltas das mulheres, as gargalhadas sacudindo-se, os chamados golpeando. Gente ordenando e acatando em português antigo ou em kimwane límpido como a água da cisterna. Fresco e escuro como ela.
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quinta-feira, outubro 06, 2005
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