terça-feira, abril 10, 2007

Rui de Noronha

QUINHENTA MAIS QUINHENTA, MAIS QUINHENTA...

Quinhenta mais quinhenta, mais quinhenta...
(Se eu fosse enriquecendo assim aos poucos)...
Mas perco, meus amigos e anojenta
Ver mais um louco entre tantos loucos.

Mais vinte e cinco linhas me apresenta,
Digno, firmado, estóico, ouvidos moucos.
Procuração, dinheiro... e água benta...
-Água lhe dava eu de vontade aos socos...

Abre-se a porta. É o Seixas? -Não, é o Graça.
Papel azul, selado... Oh! que desgraça!
Que mais lembrou agora este demónio?

Mais um requerimento. Soma e segue.
Não haverá diabo que o carregue
E leve-mo por graça a um manicómio?


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